segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Adeus não, até logo - com a ajuda do destino.

  No meio daquela sala cheia, eu sentada em um sofá de frente pra você, cada um conversando com seus respectivos amigos, nos olhamos com o maior ar de cumplicidade da história dos olhares.  Eu com meu jeito tímido de te olhar, meio que entre os fios soltos da minha franja e você escancarado, como sempre, ainda solta um daquele sorrisos faceiros que naturalmente você tem e que intensifica proporcionalmente ao seu teor alcoólico, como quem diz “vem pra cá, tem lugar pra você do meu lado esquerdo - e eu nem estou me referindo à essa cadeira.”Levanto e não resisto, não resisto ao seu cabelo preto cacheado com aparência de meio ensebado, ao seu all star preto que combina tão bem com o meu vermelho, ao seu indiscutível charme de homem vivido, nem à sua barba... E que barba. Se eu fosse falar dela tinha que separar no mínimo um parágrafo pra explicar a influencia que ela tem sobre mim e até arrisco falar que era ela que me mantinha tão fascinada por você.                                                                           Sento do seu lado esquerdo na esperança de estar do lado esquerdo do seu peito também. Então você me abraça só pra sentir meu coração, só pra constatar o que você já sabe: que ele fica acelerado quando eu estou com você. Brinca que “eu faço seu coração disparar”, mas nem imagina que isso não é uma brincadeira, eu e você não somos uma brincadeira, não mais.   Te tenho pela metade, não no quesito sentimento, porque nisso tenho o que mereço. Metade por saber que te ter por inteiro não daria certo, metade por ter que te dividir com outras, por escolha (talvez?), mas, principalmente, por saber que te ter por inteiro agora e te perder depois ia doer muito, mais do que agora que só tenho metade.   
   Esse rolo, que tem data e hora pra acabar, saiu do meu controle e agora, só agora, me dei conta de que eu estou apaixonada por você, pelas suas roupas, pelo modo como alterno ser menina e mulher quando estou ao seu lado. Pode ser mais uma das minhas paixonites que passam em 3 meses, mas nós não temos esse tempo todo, não é pessimismo, é realismo.                                           Você foi embora e eu quase sinto seu cheiro quando fecho os olhos. É um cheiro que, quando nos despedimos, fica em mim o dia inteiro e me faz lembrar de você quando eu bem entendo. Decidi que quero guardar algo de você, algo além das lembranças, que ficam confusas e embaralhadas com o tempo. Pensei em algumas coisas materias, algum objeto que você sempre usa, ou algum dos seus “enfeites” ripongas, mas estava indo pelo caminho errado, melhor escolha seria guardar seu cheiro, que, além de tudo, eu posso reviver na minha cabeça quando eu quiser. 

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