quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Eu vou me apaixonar depois do carnaval

Não gosto de ninguém!

Explicando melhor, não sou apaixonada por ninguém atualmente. Gostar, eu gosto de todos quando tô junto, depois volto pra minha casa, pra minha vida, pra minha rotina e passa.

É meio frustrante estar vivendo assim. Eu amo romances, viver suspirando, enxergar o outro com uma perfeição impossível, sentir saudades um minuto depois da despedida e contar as horas pra se ver. É até difícil exemplificar como é se sentir amando, já faz tanto tempo que parece que eu esqueci.

Fico um pouco triste toda vez que concluo que, nunca mais vou me apaixonar de forma tão entregue igual quando eu tinha 18 anos, nunca mais vou sofrer por alguém, com tanto drama, igual qdo eu tinha 20.

As vezes o casual cansa, e eu só queria ficar embolada na cama no domingo fazendo planos pro futuro. Não é pedir demais alguém que se sinta feliz planejando o amanha ao meu lado. 

Os anos vão passando, as decepções acontecendo, o muro em volta do coração calejado vai sendo construído, afim de evitar que seja quebrado mais e mais vezes.

O medo de sofrer diz que a gente deve amar menos, o que é uma pena.

Sem medo sigo ignorando um pouco a maturidade e me jogando na vida.

Acreditar no amor é estar vivo, ainda bem.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Apanhando da saudades

Esses dias você me ligou.

Fazia um tempo que eu não ouvia a sua voz e antes de desligar você falou:

- não esquece de mim não....

Agora, me diz, como que eu vou te esquecer?

No nosso primeiro encontro você me chamou pra um bar e não pra sua casa. Ele quer me conhecer de verdade, pensei.

Eu sempre pude ser eu com você, e você nunca fugiu de mim, mesmo quando meu eu não era a melhor versão que eu podia ser. E eu acho que amar o outro é meio isso, ficar mesmo diante das piores versões.

A gente se ama. Não sei desde quando, as vezes parece que é desde sempre. O que a gente tem vem se misturando entre amizade e algo mais, há mais tempo do que minha memória consegue contar agora. 

Nós somos amigos, mas quando você faz um deboche refinado, sem ser cruel, eu, que sou pirada em homem de pensamento rápido, de repente fico doida pra dar pra você.

A gente não tem música, não tem foto, não tem história romântica. As vezes eu acho que você me vê como a maluca faladeira mais engraçada que você já viu, outras vezes, sinto que pra você eu sou como um bichinho-bebê que precisa de cuidados. 

A gente tem nossos segredos, nosso dialeto, nosso beijo e uma sensação eterna de se sentir em casa na presença do outro.

Saudades de te olhar, de fumar um cigarro juntos, de ficar bêbada e falar constrangimentos com você, do seu cabelo, do seu cheiro, do seu abraço, das suas blusas de botão estampadas, de sair de casa sabendo que eu vou te encontrar, de dormir juntos - até quando tá quente e você insiste em me abraçar dormindo, me deixando com mais calor ainda. 

Saudades do jeito que a gente ri junto, do jeito que a gente faz o outro rir. 

Realmente, você tinha razão, nunca daria certo a gente em um relacionamento sério, porque a gente é muito engraçado.