quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Uma tarde qualquer com Abramovic

Eu formei. No meio da apresentação lembrei de você, pois no nervosismo do momento, falando para um público acabei saindo do roteiro que eu tinha tanto ensaiada e contei como foi meu primeiro contato com um dos meus objetos de caso da pesquisa, e, vc não sabe, mas isso te envolve.


Belo horizonte, o ano era algo como 2013/2014, era uma tarde caindo pra noite, desci Bahia em direção a Liberdade, a Praça. Você passava as tardes em seu estagio no ccbb e eu, que sempre adorei museus e galerias, passei a visitar as salas desse centro cultural com uma frequência que nunca mais aconteceu. Não lembro com exatidão, mas posso afirmar que nesse dia meu interesse não era nas obras de arte…
Entre quadros e instalações, lá estava ela, sala escura só pra ela, projeção numa tela branca do tamanho da parede, vídeo de movimentos repetitivos com uma escova de cabelo na mão. Você explicava o conceito do vídeo, “Art must be beautiful” era o áudio e soava mais alto que sua explicação e maior ainda foi minha admiração. Depois desse dia eu me enchi de pesquisas, informações e livros sobre o assunto. Em nenhum momento da graduação cogitei a performance como  tema de nada, e ainda bem, ficou guardado no inconsciente pro melhor momento.
Pode ser que fosse meu destino conhecer de qualquer forma a musa-abramovic do meu projeto de conclusão de curso, que abriu minha mente pro tema, que é tão extenso, que vai ser continuado nos meus próximos projetos académicos, mas o destino quis que fosse com você.


Eu passei um tempo sem saber se o que me interessava era a artista ou o fato de você gostar dela, hoje eu sei.
Mas essa resposta não vou te dar, deixo pra você descobrir sozinho.