sábado, 30 de junho de 2012

Coincidências do acaso.

  Subia a rua enquanto voltava da aula, nem olhava as vitrines, já sabia de cor o que tinha nelas naquela semana que estava pra acabar. Fazia calor, como sempre e como sempre estava com sua mochila, short e uma blusa fresquinha qualquer. A rua estava bem cheia, de carros e de gente, movimento normal para o horário de volta pra casa, tudo normal, tudo rotina. 
  Andava olhando pra baixo, para o celular, mudava as musicas, ela é dessas que tem umas duzentas musicas pra ouvir, mas ouve apenas umas dez, as preferidas. Levanta a cabeça e olha pra frente, de relance acha que vê o rapaz dono dos olhos de criança e sorriso de malandro do outro lado da rua, toma um susto de primeira, pensa que sua visão periférica esta lhe pregando mais uma peça, acha que não é, afinal ela tem costume de o ver em todos na rua, mas dessa vez a sensação de parecer com ele não passa e ela tem certeza que é ele ali, do outro lado da rua andando na contramão. Sente o impeto de  atravessar e passar na frente dele pra ver se ele a reconhece, afinal já fazem anos que eles não se veem e talvez ele nem se lembre dela. Ela quer atravessar, ela precisa ve-lo de perto, ela quer ser reconhecida e ganhar um dos abraço que só ele sabe dar. Esperou tanto pra reencontra-lo que nem sabe o que fazer e se deve fazer.
De tempos em tempos pensava nele, e há muito tempo não pensava, mas sempre quis revê-lo, mesmo que de longe, passando, sempre quis. E agora a chance estava ali e ela estava parada na rua, deu de costas para ele, fingindo olhar alguma vitrine. Pensou tudo isso em fração de segundos e tinha mais alguns segundos até que ele desaparecesse na rua cheia de gente.
  Foi atrás,atravessou a rua correndo, irresponsavelmente, e foi andando apressada na direção do rapaz, até ver que ele andava de mãos dadas com uma moça, muito bonita por sinal, e parou. Ela parou de andar, não porque achava que ele não a receberia bem por estar acompanhado de outra mulher, mas sim por saber que não teria como matar, do jeito que sempre planejou, a sua saudade na presença da moça e resolveu guarda-la para, quem sabe, quando surgir uma melhor oportunidade, finda-la.
  Criança e malandro na mesma pessoa, era obvio que ele seria marca no seu coração pra sempre. Ela sente falta dos olhos e do sorriso, mas, saudades mesmo, ela tem é de beija-lo na ponta dos pés.

sábado, 23 de junho de 2012

Opostos até se atraem, mas não se sustentam.

  A gente não deu errado, o que aconteceu foi a tentativa infeliz de juntar as vidas tão diferentes que cada um levava.
  Eu era do dia, da calmaria, e você da madrugada, não tinha problema se era dia de semana, me ligava as três,cinco da manha falando ia passar na minha casa pra dar rolé. Ta doido, eu tenho aula daqui a duas horas, era o que eu respondia. 
Foi ficando cada dia mais difícil se ver, mais complicado de marcar alguma coisa a dois. Como é árduo quando o sentimento cresce proporcionalmente à distancia.
  Nós tentamos, tanto eu, quanto você, vivíamos mandando mensagens carinhosamente etílicas e arriscamos, inutilmente,  unir meu horário de almoço ao horário que você acordava. Te ver virou ultima fase de jogo de vídeo game, com direito a chefão, a falta de tempo.
  Nós, definitivamente, não demos errado, tenho ótimas lembranças do tempo ao seu lado, até o meu ciume doentio você soube domar e me mostrar que, sim, sua amiga era linda e fazia seu tipo, mas era comigo que você estava, era de mim que você lembrava quando estava bêbado, era comigo que você sonhava e era eu e meu estilo hippie-rita-lee-dos-anos-60 que te encantavam.  
  Fomos nos afastando, afastando, afastando e é triste concluir que o gostar não foi suficiente pra gente abrir mão das nossas vidas, das nossas rotinas.
Eu só queria entender uma coisa, até quando o ser humano vai perder amores por conta do egoismo? Eu só queria saber isso.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cuidado, ela ainda está a solta.

  Você, caçadora nata. Caça vida, sente o cheiro do medo, sabe o que pode e como pode causar algum sentimento em quem quiser.
  Lembre-se que muita gente acha que sabe caçar, mas, na verdade, esse tipo de gente é a sua caça. Esperta, até demais pra idade, aprendeu a deixar que os outros achem que estão controlando a situação, mas ela sabe que é só superficialmente, sabe que no fundo ela está controlando e gosta disso, gosta de saber que está dominando.
  Não faz isso por maldade, ela não tem culpa de ter nascido com cara de meiga, jeito de meiga e alma de diaba. Não tem culpa e não se culpa, até gosta, vive a vida brincando com isso, surpreendendo e, as vezes, é surpreendida. É quando isso acontece que ela se apaixona, é quando, nem usando todas as suas antes infalíveis táticas, ela toma conta e controla a situação. É ai que ela perde, se perde e pede loucamente a reciprocidade, não é todo dia que ela encontra alguém que a faça se sentir uma indefesa caça pastando inocentemente em busca de amor- sem que ela deixe, é claro.

domingo, 10 de junho de 2012

Renove-se.

  Deixa de lado essa ansiedade menina, para de colocar o carro na frente dos bois, não da pra controlar tudo ao seu redor, e nem tente, deixe a vida seguir seu curso sozinha. Tem coisas que vão acontecer, você querendo ou não, e tem outras que, mesmo você querendo muito, não vão acontecer.
Entenda que as coisas acontecem quando tem que acontecer. Não crie expectativas se não está disposta a encarar as frustrações.
  Pare de tentar controlar o incontrolável. Sinta a vida. Sintonize-se com o mundo. Dê um tempo das obrigações, dê um tempo das chateações, se dê a oportunidade de cantar e se encantar com o acaso.