sábado, 31 de março de 2012

Vem tirar férias da sua vida comigo.

  Me ligou no meio da semana pela manha, como das outras vezes e, pra variar, larguei tudo, aula, família, amigos, até pulei o almoço pra ter mais tempo com ele. Não me venha com "você tem que ter amor próprio, não pode ir ao encontro dele como um cachorrinho" porque sim, eu posso, e eu quero. Eu quero, eu vou, eu faço e  ninguém me tira de cabeça.Destrambelhada? Inconsequente? Prefiro o termo intensa.
  Cheguei e ele estava sentado de frente para a porta, me esperando. Entrei e logo vi aquele sorriso lindo, o cabelo cacheado preto, o olhar que sempre me fez ficar perdida. Não vi mais nada. Não sei se tinha gente nas mesas ao lado, se tinha alguém me olhando, na verdade, eu mal sei a cor do forro da mesa. Em compensação, sei a conta certinha de quantas pintas ele tem no braço e de quantas vezes pôs a mão em cima da minha.
  Me perguntou onde podíamos ir, como se não soubesse onde queria me levar. Respondi que iria onde ele quisesse me levar, como se eu não soubesse onde iriamos.
Fui. Fomos. E, se depender de mim, vou de novo. Foi bom, foi satisfatório, foi divertido, deu pra matar a saudade.
No dia seguinte não teve ligação, não precisou, acordamos juntos e fomos ao cinema, como os casais normais e socialmente aceitos fazem.
  Era só isso que eu queria, não precisa me prometer amor eterno e promessas de casamento, basta a reciprocidade dos carinhos, um olhar dizendo que vai me devorar e se doar por completo quando estamos juntos.
Tudo ao seu lado é bom, desde uma tarde louca num quarto de hotel, até pedalinho no parque regado a pequenos beijos e mãos dadas.
  Não me promete que volta, não me dê datas e previsões de outras tardes como essas. Mas, volta?

sexta-feira, 23 de março de 2012

(Re)Começo.

  Tenho medo de te perguntar porque eu, logo eu, porque me escolheu no meio de todas? Tenho medo de perguntar e você se dar conta que é demais pra estar só comigo ou de descobrir que, na verdade, você não está só comigo e nem cogita essa hipotese.
  Você acorda e em dez minutos está pronto, sem cara amassada, com muita vontade de viver e um all star velho,surrado e que, se falasse, contaria as histórias mais loucas e bizarras da sua vida. E eu, pobre de mim, me visto de auto ajuda barata pra tentar não matar metade do mundo por não conseguirmos chegar aos seus pés.
Chega a ser injusto tanta confiança,beleza, alegria, brilho nos olhos, luz e um sorriso contagiante em uma pessoa só. É judiação meu deus? É um teste? Porque, se for, tá mais fácil eu entender a teoria da relatividade do que o que passa pela  cabeça desse rapaz pra gostar tanto de uma menina comum, meio nerd, meio estranha, meio que sabe cozinhar, meio confiante-desconfiada. É muito homem pra meio menina, meio mulher.
  Não me olha com esses olhos cor de mel- que já vem com a doçura incluída- que invadiram minha armadura de durona e me tiraram da eterna solidão de não conseguir me apaixonar por ninguem. Não me importo de você olhar para aquela morena sambando, desde que não seja o mesmo olhar que me faz virar a cabeça e perder a noção de tempo, sentido e espaço. Me olha de longe, quando está no meio do seu grupo de amigos, que eu não responsabilizo pelo meu ato seguinte.
  Quer saber? Perfeição tem nome, apelido, endereço, pai, mãe, irmãos, sonhos, assuntos, me faz ficar com as bochechas vermelhas, um sorriso de orelha a orelha, o coração disparado e meio tímida depois do beijo. 

domingo, 18 de março de 2012

Quem pergunta o que quer, talvez ouça o que não quer - talvez.

-Você é apaixonado por ela?


-Não, com ela é amor. Eu a amo. É brando, é certo, me acalma, é futuro, não tem contratempo. É sentimento bonito que gera frutos. Por você que é paixão, é errado, me inquieta, mexe com algo que eu não sei explicar. Você tem o pior e o melhor de mim. Meu bem e meu mal. É loucura, é problemático, é incerto, é tesão. É ferida aberta que, quando ta cicatrizando, você sorri maliciosamente pra mim e eu cutuco só pra sentir uma dorzinha.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Nota mental: me jogar na vida sem medo.

  Ah, o arrependimento. O único arrependimento sério dos meus,quase, 20 anos de vida.
Eu poderia me arrepender por ter feito tantas coisas, por ter bebido além da conta, por ter dado falsas esperanças para aquele simpático rapaz, por estar nas redes socias ao invés de estudar para aquela prova impossível de francês, por não ter tido amor próprio e ligado pra quem não devia; mas não, o arrependimento por não ter feito é que martela, corta, fere, machuca, embrulha a minha cabeça e preenche minhas noites.
  Perdi uma oportunidade por temer o desconhecido. Qual o nivel de medrosa eu atingi depois dessa confissão? Sou uma medrosa que agora passa as noites prometendo pra si mesma que, se essa oportunidade surgir de novo na minha frente, vou agarrar com unhas, dentes e lutas corporais. Mas, como diz o ditado, "o raio não cai duas vezes no mesmo lugar" e, digamos, que eu não possa contar muito -quase nada- com um empurrãozinho do destino. Eu já não tenho sorte e estou querendo ter sorte duas vezes pra mesma coisa. 
A sorte já me sorriu e eu, bestialmente, não sorri de volta. Agora ela ri da minha cara de boba e se diverte com a minha frustração.
  Não sei se vai aparecer de novo a oportunidade, provavelmente não, certamente que não, mas deixo aqui minha promessa: "Eu, tendo total controle das minhas faculdades mentais, prometo não deixar o medo me controlar e ser figura importante no ato das minhas decisões". Pronto, agora é torcer e pensar muito no ato realizado.
Já ouvi falar que o universo materializa o que pedimos com vontade, então vai universo, sua função é só materializar ele aqui na minha frente, o resto você pode deixar comigo.