Você me chama de pernoca, me olha como se minha nudez fosse novidade e me engole pretensioso, sabendo do que eu gosto.
A gente dorme grudados, independente do tamanho da cama, do calor ou da discussão. Eu sempre acordo contando o que eu sonhei e você sempre diz que quase nunca sonha.
A gente fala do passado, presente e futuro, guarda memórias importantes e inúteis, como a cor do tênis que você ganhou da sua tia e a fantasia que eu usei no halloween de 2019 - essas são as importantes, claro.
Eu não sei como, nem porque, mas eu sinto que você me ama, até quando eu sou desfigurada e imperfeita, como um quadro cubista do Picasso.
E, nessa de acreditar no amor, passei duas horas brigando com você, pra, no minuto seguinte, estar deitada no seu ombro pedindo pizza. Eu não sei te odiar.
Coração é terra que ninguém vê.
Tudo que eu quero é você livre, pra escolher ficar comigo.
Eu sou a aquariana mais romântica que já pisou nesse planeta e você continua seguindo a linha sem coração mais carinhoso da galáxia.
Hoje queria você pertinho, imitando a minha voz pra me irritar, falando mal do meu pen drive, elogiando meu look, fumando, rindo e perdidos entre copos, na discrição que você mantém sobre a sua imagem, misturada na algazarra que eu arrumo com a minha.
Fica combinado:
Nunca um adeus,
sempre um até logo...
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