sábado, 17 de fevereiro de 2024

Me reencontrei

(ler ao som de Gal Costa - O que é que há)

Nós últimos anos eu tava perdida, pessoalmente, profissional, amorosamente, e todos os "entes" possíveis no final das palavras.

Nada me preenchia, nada me agradava, me sentia vivendo no automático, não me encaixava em mais nenhum grupo de amigos, nem nas festas, nem nas conversas. Vivia com uma certeza gritando no fundo da minha alma: essa não é a vida que eu quero.

De repente um mundo de abriu, eu abri meu mundo.

Em meio a uma vila, com chão de areia, sotaques diversos, pessoas de todos os cantos, um marzão cheio de marolinha e uma prancha de longboard, eu me encontrei. Feliz, vivendo, experimentando, conhecendo e sendo.

Nunca me senti tão dona da minha vida, das minhas escolhas, das minhas responsabilidades, do meu caminhar nesse mundo.

É aqui, é assim - eu pensava.

Meu coração se enchia de possibilidades todo dia, de vontades, de perguntas e respostas.

A saudade e as lembranças de casa me puxavam pro mundo que não é mais real pra mim, muitas vezes, e mais uma vez eu me completava de felicidade, sabendo que esse sonho só tava sendo possível por ter bases familiares muito fortes e seguras e, de repente, tudo que eu vivi até chegar aqui fez todo o sentido.

Já tava no meu caminho todas as vivências, encontros, trocas e conexões.

Nem tudo são flores, nem tudo é perfeito, mas eu me propus, planejei e fui ser adulta, do melhor jeito que eu acho que dá pra ser agora: vivendo há apenas alguns passos do mar, em contato direto com a natureza, fugindo de trânsito, de transporte público e de cidade grande.

A paz que eu tanto procurava me encontrou, e a gente têm se dado muito bem, as pessoas falam que eu tô mais brilhante, mais solar, mais alto astral, mais solta, e eu concordo.

Hoje eu acordei 5h da manhã e fui ver o sol nascer na praia atrás da minha casa, só tinha eu, o mar, a areia, um arco-íris no céu e a Gal costa cantando no fone.

Escorreu uma lágrima de satisfação, que delícia viver!

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