quarta-feira, 21 de abril de 2021

Perspectivas

Quase 4 da manhã de uma quarta qualquer, eu olho a rua da sacada fumando meu cigarro, uma paz estranha permeia o ar, da até pra esquecer que estamos vivendo uma pandemia por alguns segundos.

Tudo parece normal, alguns poucos apartamentos com a luz ligada, o mundo dorme, o mundo explode, o mundo gira, várias percepções que mudam de acordo com o lugar que se ocupa na vida. Me sinto observadora de tudo, meu mundo não é o melhor cenário que se tem pra viver atualmente, mas com certeza também não é o pior e sigo muito grata de viver dos males o menor. 

Meu vizinho de frente aparece na janela, fumando também, a insônia e a ansiedade têm sido nossas maiores companheiras quando paramos pra analisar o conjunto dos acontecimentos. Mais um dia, menos um dia, perspectivas.

 Fui pro outro lado da sacada, não quero atrapalhar o momento de reflexões, nem o meu, nem o dele, agora eu só quero observar a rua e pensar que nem parece que ter saúde é artigo de luxo atualmente, tá tudo tão silencioso que o mundo nem aparenta estar em uma das suas piores fases dos últimos anos, e essa frase se repete na minha cabeça incessantemente.

Começa a tocar nos meus fones Lulu Santos "eu vejo a vida melhor no futuro..." me lembrando que não há tempo que volte, que é pra gente viver tudo e se permitir, e isso faz uma fagulha de esperança acender no meu coração, porque eu sou uma dessas pessoas que vêem, sonham e acreditam numa vida melhor no futuro sim, a esperança é um combustível inabalável.

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