quinta-feira, 1 de abril de 2021

Eu não tô bem

Me sinto triste e ansiosa quase todo tempo e no tempo que sobra o sentimento é de revolta e raiva.

É difícil ter esperança quando não se vê luz no fim desse túnel sem fim de mortes, pânico e privações. 

Meu peito dói de tanta ansiedade diária, de não ter o menor controle de nada, de viver em estado de alerta, de pensar que qualquer passo em falso pode arruinar toda minha vida, minha família, meu futuro, minha sanidade, meus mil planos do que ainda quero e vou viver.

Eu choro muito, pelas notícias, pelas histórias, de cansaço, de desespero, de não aguentar mais, mas seguir aguentando. Eu estou chorando agora, inclusive. Esses dias chorei lendo um post com imagens da última mensagem que algumas pessoas que perderam familiares e amigos receberam delas, quando já estavam no hospital, e isso me destruiu, é muito difícil ser uma pessoa que se importa e que se coloca no lugar dos outros no atual momento.

Escrevo sobre como me sinto agora pensando que, daqui um tempo, vou reler e lembrar que esses meses, aparentemente, sem fim (que já completaram um ano) são apenas memórias ruins, que eu vou ir apagando aos poucos e voltar a fazer planos a longo prazo, sem o medo da possibilidade de perder um ente querido a espreita de qualquer movimento em falso.

Todo dia eu acordo, olho pro céu, agora azul e de outono, e me pergunto em silêncio "até quando?". Sem resposta, sem melhora, sem sossego, sem perspectivas, não vejo mais sentido em trabalhar, em seguir horários, em me informar, as vezes até em conversar com as pessoas, e, em meio a tudo isso, o maior medo que tenho é de esquecer como é ser feliz...

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