sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Fantasma

 Meses depois o canto da minha cama tá completo com a sua presença de novo.

Cheiroso e suado, descabelado e lindo, sereno e selvagem, me causando uma dicotomia desesperadora de expectativas criadas pela minha própria cabeça.

Vivendo o cruel abismo entre o querer e a indiferença que a casualidade cria no meu peito, questiono, como alguém que me devora com tamanha vontade pode acordar e ir embora sem me devotar certezas, em palavras e ações.

A manhã chegou e, como um fantasma, você saiu pela porta sem olhar pra atrás, deixando seu cheiro no meu travesseiro e o canto da minha cama vazio, incompleto, caótico e bagunçado, igual meu coração, sem saber quando será nosso próximo encontro.

Sinto urgência de futuro, mas nem a melhor taróloga conseguiria decifrar em cartas, búzios ou signos o desenrolar da nossa história, de tantos encontros e desencontros.

O pedido pra próxima estrela cadente que cortar o céu já tá decidido.

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