Me abraçava quando eu tinha medo do escuro
Beijava minha pele
e falava dos meus olhos
Mas quando eu fechava os olhos e dormia, sonhava com você
Morria de medo de falar seu nome
Te chamar
Me tocar sem ver
Te querendo
E acordar o homem que eu amei tão tranquilamente
Que me dava a mão e levava pro mundo
Que inventava uma gama de nomes para mim
Que me beijava com cuidado e paixão
E me mostrava suas vontades
Mas quando eu fechava os olhos era você que eu queria ali,
dentro de mim
Seu nome ficava travado na língua
Enquanto eu queria você me lambendo
E eu sempre abria os olhos pra não me deixar levar pela vontade de você
Não é ele
Eu confirmava com a visão
Ele não me toca assim
O tato falava
Ele não me beija assim
A sinestesia gritava
O cheiro sempre sabe
Por mais que as lembranças tentem enganar
A lingua conhece.
Tem dias que eu acordo e torço pra ser você,
me abraçando forte pela manha.
Não é você, nem mais o homem que tanto me amou,
é alguém que o grude me incomoda,
eu olho pro lado e a vontade de ir embora é instantânea.
Qualquer outro, com nome comum, não satisfaz,
meu corpo parece que não aprende isso.
Mas o coração só vai ta satisfeito quando bater descontroladamente ao ouvir você chamar meu nome de novo e partir em mil pedacinhos quando você sorrir, só pra ter mil formas de se entregar a você e ir embora junto quando você partir de novo.
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