quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ainda não passou.

  Saí daquele barzinho com o coração na mão. Nas suas mãos. Olhei pra trás e você continuava de pé, me olhando sumir, sorrindo aquele riso que me faz ter pesadelos até hoje, aquele que não precisa vir acompanhado de nenhuma palavra que eu já sei que é forçado, pra não chorar.Vem, corre atrás de mim agora, essa é a chance, a única talvez, de você mudar os nossos destinos daqui pra frente. Não correu.
  Chorei como venho chorado há semanas, sofri por antecedência pensando que no dia ia aguentar não soltar uma lagrima na sua frente, queria que você ficasse, mas não que eu  te pressionasse a isso. Tinha que ser por vontade própria.
As pessoas me olham. "Qual é? nunca viram ninguém chorar não? O transporte é publico, posso chorar o quanto eu quiser já que paguei passagem" é o que eu penso por uma fração de segundos, mas só penso, não falo, ninguem merece ouvir uma grosseira gratuita, ninguem tem culpa do meu sofrimento. Nem eu. Nem ele. 
  Coloco a musica mais melosa e romântica pra tocar, se é pra chorar copiosamente que seja com trilha sonora a altura. Faço uma playlist perfeita para a fossa, só não tem a nossa musica, afinal quero algo para embalar a minha tristeza, não para me atiçar ao suicídio. 
  A sensação de falta estendeu-se por mais tempo que eu imaginava. Eu não quero continuar, mas saiu do meu controle e eu já me apeguei ao sofrimento. Continuo saindo, continuo paquerando, voltei a ler nas sombras das árvores, acompanhei e ajudei na história de amor de outros, me apaixonei por livros velhos e bebidas novas. 
Seria clichê e uma grande mentira dizer que superei e nem me importo mais, sei que se te ver na minha frente vou sentir as pernas tremerem, não ver mais nada a minha volta, só querer te abraçar e sentir seu cheiro de banho tomado. Não é que te querer atrase a minha vida, mas também não me adianta em nada.

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