sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cazuza me entenderia.

  É na madrugada que eu mais sinto sua falta, é quando meus pés estão frios e não tem ninguém para esquenta-los, é quando, proposital -e, porque não, masoquista - eu coloco a nossa musica pra tocar, seguida de  Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, as rainhas da fossa. Tudo isso de fone nos ouvidos, claro, não acho justa compartilhar minha depressão com meus vizinhos e com quem mora comigo.
  Melancolia, tristeza, depressão, fossa, dor de cotovelo, sinônimos de "sinto sua falta, volta pra mim" motivam um dos momento mais impares da minha vida, eu, sempre tão feliz e animada, me pego suspirando e lembrando de conversas sentados no chão da sala da sua casa ouvindo Cazuza e discutindo se mentiras sinceras nos interessam e se você tinha vocação pra ser um "exagerado" que me traria mil rosas roubadas pra desculpar suas mentiras, suas mancadas.
  Fico introspectiva, tento imaginar no que você está fazendo agora: com alguma mulher; sozinho; dormindo de bêbado esparramado na sua cama; escrevendo um romance; fumando e tomando café, acostumado com sua peculiar insonia.
  São quase três da manha e eu continuo aqui na rede, com as mesmas manias de coçar a cabeça com o dedo indicador, de pintar as unhas do pé de preto, de dormir pro lado contrário da cama; com as mesma tatuagens que você sempre achou sexy; as mesmas mãos frias esperando pelas suas para aquece-las e falar sério brincando o ditado "mão fria, coração quente".
   Me chama de "minha flor, meu bebê" e vem manter quente o coração (e os pés) dessa maior abandonada que sabe que cada vez que te ver vai ser sempre muito mais bacana que na semana passada.
"Todo mundo tem um ponto fraco, você é o meu, porque não?" É, Cazuza me entenderia.

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